O Gaúcho
O
GAÚCHO
ROMANCE BRASILEIRO
I
1ª Edição
RIO DE JANEIRO
EDITOR PROPRIETARIO
B. L. Garnier. — Rua do Ouvidor n. 69
1870
Que significa este nome — Sênio — no frontispício de livros que vozes benévolas da imprensa já atribuíram a outrem?
Cada um fará a suposição que entender.
Era preciso um apelido ao escritor destas páginas, que se tornou um anacronismo literário. Acudiu esse que vale o outro e tem de mais o sainete da novidade.
Porventura escolhendo aquela palavra, quis o espírito indicar que para ele já começou a velhice literária, e que estes livros não são mais as flores da primavera, nem os frutos do outono, porém sim as desfolhas do inverno?
Talvez.
Há duas velhices: a do corpo que trazem os anos, e a da alma que deixam as desilusões.
Aqui, onde a opinião é terra sáfara, e o mormaço da corrupção vai crestando todos os estímulos nobres; aqui a alma envelhece depressa. E ainda bem! A solidão moral dessa velhice precoce é um refúgio contra a idolatria de Moloch.
10 de novembro de 1870.
Sumário
Livro Primeiro: O Peão
- Capítulo I: O Pampa
- Capítulo II: O viajante
- Capítulo III: O agouro
- Capítulo IV: O padrinho
- Capítulo V: O páreo
- Capítulo VI: A baia
- Capítulo VII: O amansador
- Capítulo VIII: A barganha
- Capítulo IX: Amigas
- Capítulo X: Mamãe
- Capítulo XI: Adeus
- Capítulo XII: Volta
- Capítulo XIII: A Maligna
- Capítulo XIV: O enfermeiro
Livro Segundo: Juca
- Capítulo I: Ponche-verde
- Capítulo II: O pai
- Capítulo III: O padrasto
- Capítulo IV: Morzelo
- Capítulo V: A guaiaca
- Capítulo VI: Mano
- Capítulo VII: A lança
- Capítulo VIII: A cruz
- Capítulo IX: A viola
- Capítulo X: O turbante
- Capítulo XI: Mancebo
- Capítulo XII: Camarada
- Capítulo XIII: A promessa
Livro Terceiro: Morena
- Capítulo I: A mula
- Capítulo II: O alazão
- Capítulo III: A parada
- Capítulo IV: Conhecidos
- Capítulo V: Rebuliço
- Capítulo VI: Desengano
- Capítulo VII: O soluço
- Capítulo VIII: A dama
- Capítulo IX: Bombeiro
- Capítulo X: Último dever
- Capítulo XI: Desânimo
- Capítulo XII: A bala
- Capítulo XIII: Os chimarrões
- Capítulo XIV: Visão